As empresas têm a obrigação de combater a infodemia

As empresas têm a obrigação de combater a infodemia

O termo infodemia (infodemic) foi utilizado pela primeira vez em 2003 pelo cientista político e jornalista David J. Rothkopf. Em meio à epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), Rothkopf publicou o artigo When the buzz bites back, no tradicional The Washington Post, para tratar do impacto negativo causado pelo grande volume de informação falsa ou imprecisa que circulava pelo mundo naquele momento.

Em uma tradução livre, o artigo começava assim:

A SARS é a história não de uma epidemia, mas de duas, e a segunda epidemia, aquela que escapou em grande parte das manchetes, tem implicações muito maiores do que a própria doença. Isso porque não se trata de uma epidemia viral, mas de uma "epidemia de informações” (...) O que exatamente quero dizer com a "infodemia"? Alguns fatos, misturados com medo, especulação e rumores, amplificados e transmitidos rapidamente em todo o mundo pelas modernas tecnologias de informação, afetaram as economias, a política e até mesmo a segurança nacionais e internacionais de forma totalmente desproporcional às realidades básicas.”

Nem imaginávamos o que o mundo viveria 17 anos depois com o coronavírus. Ou o quanto poderíamos extrapolar o conceito para outras áreas além da saúde, dada a velocidade e a facilidade de se produzir qualquer tipo de conteúdo, para o bem e para o mal.

Em nossos dias, essa realidade traz riscos reputacionais para empresas e seus executivos, ao mesmo tempo em que gera uma obrigação para essas mesmas companhias e indivíduos, no sentido de estarem vigilantes e combativos contra essa “doença”. Trata-se de um misto de gestão de crise com responsabilidade social, se pensarmos em uma empresa como fonte relevante de informação dentro do setor em que atua.

Ser relevante na era da infodemia é um desafio significativo. Requer especialização e profissionalismo por parte das equipes e agências de comunicação, para a criação e compartilhamento de conteúdo correto, acessível (em termos de linguagem) e de interesse dos diferentes públicos.

Em resumo, ser relevante e responsável na era da infodemia envolve o compromisso ético e técnico com a correção e a empatia. Ao fornecer informações valiosas e confiáveis, as empresas não estão apenas se destacando entre seus concorrentes, mas também desempenhando um papel vital para a compreensão e a redução dos efeitos prejudiciais da desinformação.

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